A próxima reunião da REM acontecerá no centenário Museu Júlio de Castilhos no dia 12 de março ầs 14h no auditório da instituição, com a presença do Secretário Estadual de Cultura, Luiz Antônio de Assis Brasil.
O MUSEU JULIO DE CASTILHOS
O Museu Julio de Castilhos (MJC) foi criado pelo decreto-lei no 589, de 30 de janeiro de 1903, pelo Presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros, denominado “Museu do Estado”. Em 1907, passou a chamar-se “Museu Julio de Castilhos”, em homenagem a esse ex-presidente do Rio Grande do Sul, falecido em 1903.
O MJC foi a primeira instituição museológica do Estado e, como era comum na época, seu acervo abrangia artefatos indígenas, peças históricas, obras de arte, coleções de zoologia, botânica e mineralogia. Ou seja, buscava-se reunir um “gabinete de curiosidades” que abarcasse diversas áreas do conhecimento. Inicialmente, o Museu teve por sede dois pavilhões no Parque da Redenção, que haviam sido construídos para a primeira Exposição Agropecuária e Industrial do Rio Grande do Sul, realizada em 1901.
Nesse período, houve o interesse do governo estadual em recolher através das intendências municipais peças que haviam sido expostas naquela Exposição e que fossem representativas daquelas comunidades. Assim, foram integradas ao acervo do Museu diversas peças doadas pelas autoridades municipais e a Coleção Barbedo, comprada em 1905.
Mantendo seu perfil eclético, foram transferidos do Arquivo Público para o Museu, em 1925, os documentos relativos à história política, administrativa, eclesiástica e militar da antiga Capitania de São Pedro.
Em reconhecimento à sua importância, enquanto instituição museológica mais antiga do Rio Grande do Sul, o acervo do Museu foi inscrito no livro Tombo de Belas Artes da Subsecretária do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1937.
No início da década de 1950, com o avanço das ciências e da museologia, fez-se necessário constituir instituições específicas para cada área do conhecimento. Assim, foram criados o Museu de História Natural (atual Museu da Fundação Zoobotânica), o Museu de Arte (atual MARGS) e o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Obras de arte, documentos e coleções zoológica, botânica e mineralógica foram transferidas do Museu Julio de Castilhos para essas novas instituições. Dessa forma, o MJC passou a dedicar-se exclusivamente à guarda e conservação do acervo histórico de caráter regional.
Hoje, são adotadas três vertentes para balizar a aquisição e doação de acervo: modo de vida, relações sociais de produção e história política do Rio Grande do Sul.
O modo de vida inclui os objetos que retratem os diferentes costumes, crenças e hábitos dos rio-grandenses (índios, imigrantes europeus açorianos, alemães, italianos, etc. gaúchos da Campanha, das Missões, das cidades, do litoral, etc.), tais como: indumentária, objetos relacionados ao uso cotidiano (moedas, selos, cuias, pratos, bombas de chimarrão, talheres, ferros de passar, mobiliário doméstico), de devoção religiosa (rosários, imagens, livros religiosos), de lazer, etc.
As relações sociais de produção abrangem todos os objetos relacionados ao trabalho, à produção e à circulação da renda, abrangendo as esferas pública e privada, tais como: títulos públicos, ações, ferramentas, máquinas, instrumentos diversos, uniformes profissionais, etc.
A história política deve abranger os fatos marcantes, personagens de destaque e movimentos sociais. Não se trata de preservar a “velha visão de história”, mas de reconhecer que essa é relacionada com a origem do acervo do Museu e ocupa um importante espaço no imaginário popular. Por isso, devemos ampliá-la. Nesse sentido, consideramos “fatos marcantes” aqueles que delimitam períodos, conflitos, mudanças políticas, sociais ou econômicas com ampla repercussão na sociedade rio-grandense.
Originalmente subordinado à Secretaria do Interior e Obras Públicas, o MJC passou a integrar a Divisão de Cultura por determinação da lei no 2345 de 1954, que reestruturou a Secretaria dos Negócios de Educação e Cultura. Em 1990, o Museu passou a ser vinculado à recém criada Secretaria de Estado da Cultura, quando foi constituído um quadro técnico próprio.
A SEDE DO MUSEU
O Museu Julio de Castilhos tem por sede dois prédios localizados no Centro de Porto Alegre, junto ao Palácio Piratini e à Praça da Matriz, na Rua Duque de Caxias.
O prédio número 1231 foi construído em 1887 pelo Coronel Engenheiro Augusto Santos Roxo. Apresenta linguagem historicista com elementos neoclássicos, com fachada revestida em pedra grês lavrada. Em 1898, o prédio foi adquirido pela Comissão Executiva do Partido Republicano Rio-Grandense e doado ao Dr. Julio Prates de Castilhos que nele residiu até sua morte em 1903. Em 1905, a residência foi adquirida dos herdeiros pelo Governo estadual para nele instalar o Museu do Estado.
Em 1909, o prédio sofreu a primeira reforma para adequá-lo à sua nova função. Outras reformas sucederam-se ao longo dos anos: em 1925, foram construídos novos cômodos no fundo do prédio original; na década de 1970, foi feita uma reforma geral. A última intervenção ocorreu em 1997, com substituição do telhado e colocação do forro.
Este prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Estado (IPHAE) na década de 1980, e encontra-se parcialmente desativado tendo em vista a necessidade de restauro. No porão estão localizadas a Reserva Técnica e o Setor Administrativo.
A aquisição da casa de número 1205 permitiu a ampliação dos espaços expositivos do Museu. O prédio original foi construído em 1893; porém, em 1916, foi demolido, dando lugar à nova residência de Sebastião Velho, em linguagem historicista com elementos ecléticos. Essa residência foi desapropriada pelo Governo do Estado através do decreto n° 2413, de 10 de outubro de 1975. Em 1996, foram concluídas as obras de restauração e o prédio foi entregue ao público, como anexo ao Museu Julio de Castilhos. Nesse prédio, localizam-se as principais salas de exposições de longa duração, uma sala de exposições temporárias, um auditório, um laboratório de conservação e uma sala multi-meios. Apesar das diversas reformas, a casa hoje apresenta infiltrações e problemas de conservação do telhado, pisos e forro.
Fonte: Museu Júlio de Castilhos
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