OCUPE O MUSEU (COM) MEMÓRIAS DE GOIÂNIA: O PÚBLICO COMO CONSTRUTOR DE CONTEÚDOS
- O projeto Diálogos em Rede tem o sentido de estabelecer debates, o compartilhar de ideias e novas criações, a partir da qualificação e articulação dos profissionais no campo da Educação em Museus;
- Serão divulgados a cada três meses, através dos meios de comunicação via internet: Facebook, e-mail e blog da REMRS, um artigo;
- Para iniciarmos solicitamos que realizem uma primeira leitura de identificação dos aspectos da estrutura, que viabilizem a compreensão e observação das características abordadas no texto; imagens; fontes; espaços;
- Onde e qual a instituição que esteve envolvida na experiência; ocorreram ações culturais, quais as atividades que foram desenvolvidas até a abertura da exposição?
- Vamos lançar dois quadros, cada um com um rol de quesitos. O 1º para auxiliar na leitura acima descrita; e o 2º com questões sugerindo uma Reflexão Provocativa visando à discussão e à interação entre, quem se interessar possam pelo diálogo, e a coordenação da REMRS:
1) Os museus contemporâneos têm voltado seu olhar para contextos específicos, saindo de uma tradição de grandes panoramas e de representação do outro para a apropriação da noção antropológica de alteridade mínima (Peirano 1999).
Fonte: Peirano, Marisa. 1999. “Antropologia no Brasil (Alteridade Contextualizada).” In O que Ler na Ciência Social Brasileira (1970–1995), organizado por Sérgio Miceli. São Paulo: Editora Sumaré e Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais.
|
2) Também podemos perceber a tendência a uma nova forma de abordagem biográfica, não por um viés da memória do poder, marcado pela representação e biografias das elites, mas pelo fortalecimento do poder das memórias das minorias e pela valorização das subjetividades, segundo o que ensina Chagas (2002).
Fonte: Chagas, Mário. 2002. “Memória e Poder: Dois Movimentos.” Cadernos de Sociomuseologia (19): 43–81
|
Diante das duas afirmativas acima, convidamos a realização para um roteiro da primeira leitura do artigo em questão. Para tanto, propomos a reflexão inicial: - em que sentido o Museu Antropológico diferenciou-se de outras instituições culturais, em especial, por ocasião da exposição Ocupe o museu (com)memórias de Goiânia?
|
· Espaço de exposições-produto e do discurso técnico.
|
· Ser um lugar onde o processo construído participativamente ocupa o centro das atenções.
|
· Os discursos definitivos, abrangentes, totalizadores.
|
· Cedendo espaço às experimentações feitas de discursos-fragmento.
|
3) Neste contexto, a Investigação Biográfica assume-se como uma proposta de construção de uma narrativa museológica direcionada para a inclusão social e para o empoderamento das comunidades (Leite 2012, 5).
Fonte: Leite, Pedro Pereira. 2012. Objetos Biográficos: A Poética da Intersubjetividade em Museologia. Lisboa: Marca D’Agua Editores
|
4) Todo o esforço deve ser feito para vencer barreiras entre o público e o museu, que são não somente de ordem física, mas cultural, social, atitudinal, entre outras (Pastor Homs, 2009, 138-139).
Fonte: Pastor Homs, Maria Immaculada. 2004. Pedagogía Museística: Nuevas Perspetivas y Tendencias Actuales. Barcelona: Ariel.
5) Segundo Hooper-Greenhill (1998, 96), entre as razões para as pessoas não visitarem os museus aparecem, nas pesquisas qualitativas, não somente o argumento da falta de tempo, mas a sensação de que é uma instituição destinada a pessoas mais refinadas, além de serem austeros, proibitivos e sem renovação.
Fonte: Hooper-Greenhill, Eilean. 1998. Los Museos y Sus Visitantes. Gijón: Ediciones Trea.
Romper todas as barreiras.
6) Quais as barreiras que estão descritas no texto? Quais limitações você identifica, sobre o público que “NÂO” frequenta as instituições que você conhece ou que você trabalha.
|
7) Este texto pretende relatar e analisar, sob os pontos de vista já apresentados, uma experiência de participação biográfica no Museu Antropológico (MA) da Universidade Federal de Goiás (Goiânia, Centro-Oeste do Brasil), cujo mote foi um convite aos moradores de seu entorno para atuar como construtores de conteúdos no museu.
Conforme o texto:
“Não pretendíamos que estas pessoas viessem somente como visitantes....”
Como se pretendia que os cocuradores viessem ao museu?
Quando o MA foi criado e inaugurado? Qual sua categoria?
Qual foi a primeira incursão do MA? Qual foi seu objetivo?
|
Reflexões sobre a ocupação do Museu Antropológico
Segundo Leite:
Os objetos biográficos transportam a densidade de significados que compõem as diferentes experiências dos sujeitos, as suas expectativas de ação e a natureza relacional onde a interação se processualiza. Esta riqueza pode ser apropriada pelo olhar museológico para construir uma prática de relacionamento entre o individual e o social ou vice-versa, na medida em que para além da sua natureza reflexiva, como forma de consciência do real a interação biográfica assume-se como uma prática de integração de dados e com uma prática transformacional. (2012, 23)
15) Qual o papel assumido pelo Museu Antropológico?
Existir na contemporaneidade é ser heterogéneo, diverso e fragmentado.
16) Em que ocasião houve um momento emblemático referido no texto?
17) As autoras demonstram a sensação de que o MA e sua equipe tenham “... cumprido o objetivo do projeto Ocupe o Museu” – em que sentido e por quê?
18) Qual o período da exposição Ocupe o museu no MA? E quais seus desdobramentos?
19) Em que sentido podemos considerar que o processo desenvolvido na exposição foi uma ação de inclusão social?
«desenvolvimento de ações culturais que tenham impacto político, social e econômico, e que podem ter alcance tanto a curto quanto a longo prazo» (Aidar 2002, 60).
“Para concluir, lembramos as advertências de Soulier (2013), que na sua tese propôs dar a palavra aos autóctones e questionar a capacidade das exposições dos museus expressarem diferentes pontos de vista. Para esta autora, o museu afirma-se como um lugar de reconhecimento não somente quando promove relações entre visitantes e exposições, mas quando se apresenta também como um espaço de produção. Hoje, é importante que o museu se coloque numa posição de abertura para que a construção de conteúdos e a produção de sentidos sejam propostas pelas comunidades e não somente de dentro para fora.” (Manuelina Maria Duarte Cândido e Nei Clara de Lima).
Após realizarmos a leitura detalhada, vamos propor algumasReflexões Provocativas sobre conceitos e práticas, expostos no presente artigo.
Esperamos ter auxiliado a todos a realizarem uma proveitosa leitura e inclusive reconhecer alguns expoentes aqui citados por indicação das autoras.
Márcia Vargas / Márcia Bamberg / Amanda Eltz
|
0 comentários:
Postar um comentário